Um dos acionistas e membro do Conselho de Administração da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Atlético, Rubens Menin admitiu a dívida do clube alvinegro e destacou que é necessário equacionar os débitos do Galo. “Não podemos enxugar gelo” foi como o mandatário explicou com relação aos pagamentos a serem realizados, em uma entrevista ao Minas S/A, do jornal O Tempo.
Rubens fez uma distinção nos perfis da dívida do Atlético, detalhando como funciona cada débito que o clube possui. O empresário, que possui ações da SAF do Galo, também prometeu que grande parte dessas dívidas serão equacionadas em 2026.
“Tem dois tipos de dívida: a boa e a ruim. A ruim, que é na faixa de R$ 500 milhões, vamos equacionar muito rápido, não posso dar detalhes. Mas isso vai acontecer em 2026, não podemos enxugar gelo. A dívida boa são os CRIs da Arena, que se pagam. A Arena se paga, são R$ 300 milhões que daqui a pouco vão vencer. O outro é o tal do Profut que gira na casa de R$ 300 milhões. O resto que falta é contrato de jogador. O clube compra o jogador para se pagar em quatro anos, é normal no mercado. Aí, estou devendo o jogador e ele vale o mesmo tanto, sem desvalorizar. Isso não pode ser colocado na dívida, tem que abater no valor do plantel e isso não é considerado. Penso que as dívidas mais importantes são o Profut, CRI da Arena e a dívida ruim”, explicou Rubens.
Rubens Menin também destaca os pilares de sua gestão no clube
Ainda nessa mesma entrevista, o empresário comentou sobre sua gestão à frente do clube. O Atlético teve formalizada sua SAF (Sociedade Anônima de Futebol) em 2022 e além de Rubens, seu filho, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador são os principais acionistas do clube.
“O Atlético é um clube de futebol e temos que ter sempre um time competitivo. Nos temos cinco objetivos. O primeiro era entregar a Arena MRV. Depois sanear as finanças que estamos trabalhando e está demorando porque o juros atrapalhou. Ter um time competitivo que fazemos questão de ter. Outra é ter uma base forte, o mais atrasado de tudo. Melhorou, mas queremos melhorar mais e vamos investir mais ano que vem. A base estava muito ruim, hoje em dia mudou muito e precisa de investimento, muito dinheiro. Já foi muito barato, mas hoje não é assim. Palmeiras e Flamengo investem comprando jogadores. Precisamos melhorar a infraestrutura, gestão. E o quinto pilar é o Instituto Galo”, afirmou.
A situação corrente das dívidas do Atlético
O Galo passou por dificuldades financeiras em boa parte da temporada 2025. Na apresentação do novo CEO do clube, Pedro Daniel, Rafael Menin afirmou que existe a possibilidade de um aporte a ser realizado no primeiro trimestre do ano. De acordo com último levantamento, a dívida do Atlético chega a aproximadamente R$1,4 bilhão e o clube passou por episódios de atrasos em pagamentos, internos e externos, com jogadores emitindo notificações extrajudiciais.
O caso mais emblemático foi do atacante Rony, que acionou o clube na Justiça para pedir a rescisão contratual por conta de atrasos nos pagamentos. Além de atletas, o Galo também possui dívidas com empresários que intermediam negociações e também com outros clubes. No entanto, segundo informações do jornalista Elton Novais, o Atlético negociou suas dívidas com Cuiabá, Corinthians, Botafogo e Coritiba e está pagando os seus débitos com esses times.