O banqueiro Daniel Vorcaro, acionista de 26,9% da SAF do Atlético, foi preso na noite da última segunda-feira (17) na operação Compliance Zero, da Polícia Federal. Ele tenta deixar o país em um avião particular quando foi interceptado pelos agentes federais. Investigado pela emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional, ele teve seu mandato de prisão expedido um dia depois de o Banco Central decretar a liquidação extrajudicial do banco do qual é dono (Master).
Vorcaro já havia sido alvo de outra investigação da PF, a Carbono Oculto, em outubro. Naquela ocasião, ele foi investigado por lavagem de dinheiro junto a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Tanto Daniel, quanto o Galo soltaram notas desmentindo as acusações.
Atlético não pode ser punido por prisão de Vorcaro
Em entrevista ao jornalista Pedro Faria, do OTempo Sports, Alberto Goldenstein, advogado desportivo e presidente da comissão de direito desportivo da Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná (OAB/PR), explica que o alvinegro não pode sofrer punições pela prisão de um de seus donos.
“A prisão do investidor Daniel Vorcaro não gera, por si só, qualquer punição esportiva ao Atlético. A legislação brasileira não prevê rebaixamento ou perda de pontos por problemas pessoais, criminais ou empresariais de acionistas.Do ponto de vista jurídico e societário, os efeitos recaem exclusivamente sobre o próprio investidor e sobre a participação dele na SAF, que pode ser bloqueada ou substituída conforme o andamento das investigações. A Lei da SAF separa o clube dos atos dos acionistas, protegendo a atividade esportiva desde que não haja participação ou conivência do clube — algo que não foi apontado em nenhuma investigação.” começou a dizer.
Apesar disso, Alberto acredita que a operação da PF possa ter impactos no quadro societário do Atlético. Ele explica que entende como natural um afastamento de Vorcaro da SAF atleticana e que sua prisão pode ter impactos no quadro de acionistas do clube:
“Em relação à permanência de Vorcaro, é natural que ele seja afastado de qualquer função de influência ou gestão, mas sua saída definitiva do quadro societário depende de decisão judicial ou das regras previstas entre os acionistas.Em síntese: não há impacto esportivo direto para o Atlético, mas o caso pode levar a ajustes societários dentro da SAF, sem atingir o desempenho do clube nas competições.” concluiu.