Rafael Menin pede desculpas, indica cenário atual e declara próximos passos do Atlético: ‘Não temos vergonha da SAF’

Na manhã deste sábado (7), Rafael Menin, sócio-majoritário do Atlético, falou com a imprensa e através do veículo de informação do clube – a GaloTv H2 bet. O empresário esclareceu, enfim, dúvidas que amedrontavam o torcedor alvinegro. Os recortes recentes, esportivos e financeiros, foram temas para um dos donos do Galo.

Sobre as dívidas que o Atlético convive, dia após dia, Rafael foi claro: investimentos foram feitos, mas os imprevistos não estavam na previsão do clube mineiro. Um dos nomes mais fortes da alta cúpula atleticana ainda reforçou a proposta de aportar mais um valor, até o fim do terceiro trimestre deste 2025. Revelou que parcelas foram atrasadas, mas que os seguimentos dos meses serão importantes para ‘entrar em dia’ com os credores.

“Parte deste investimento foi reduzido, mas ainda continua alto. Saíram números nesta semana em alguns relatórios. Em relação ao investimento no esporte, preparamos um material bem didático que vamos repassá-los. Lá, tudo mostra o que foi pago, gasto, e isso estaria em torno de 900 milhões de reais. O futebol ficou muito mais caro, hoje um jogador que ganha um milhão de reais recebia há poucos anos algo em torno de 600 mil reais. A respeito do aumento que fizemos em folha e também em aquisição dos atletas, para manter um time ultracompetitivo, ficou mais difícil”, iniciou Rafael Menin.

Ainda assim, o executivo deixou claro que reconhece um certo desequilíbrio do elenco que Cuca tem em mãos. A reportagem do Bica Galo questionou sobre as falas de Cuca sobre os investimentos serem questionáveis e como o acionista entende a atual situação:

“Eu entendi como uma situação completamente interpretável. Pelo que conversamos, ele vinha a ressaltar sobre os desfalques daquele jogo em específico (no empate contra o Caracas, por 1 a 1, na Venezuela. Nada foi em relação aos investimentos que estão sendo feitos, ano após ano estamos melhorando o nosso plantel de jogadores”, argumentou Rafael.

Atlético tem dificuldades para amortizar montante que ainda tem com credores

Clube brasileiros como Cuiabá e Botafogo são apenas alguns exemplos de situação negativas no cenário das finanças do Atlético. A circulação monetária é um dos problemas maiores e Rafael tratou com muito pesar. Por outro lado, o empresário que é atleticano – algo que procurou frisar por algumas vezes durante a entrevista, deixa nas entrelinhas que o cenário tende a ser ainda mais negativo nos próximos tempos.

Principais pontos abordados na coletiva de Rafael Menin:

  • Trabalhar com mais proximidade (abastecendo o torcedor)
  • Papel como sócio do clube
  • Distanciamento: diminuí-lo trabalhá-lo de maneira construtiva
  • Dar passos atrás
  • Não teve sucesso como prometido. Foi o maior investimento dentre todas as SAF´s do Brasil.

Esportivamente falando, voltou a comentar o quão difícil é controlar os gastos extracampo com aqueles relacionados ao futebol. Em tempo, visou as categorias de base do Atlético como possível solução para implementar atletas que possam integrar o elenco profissional.

“Os números de 2024, comparados com os de 2020, subiram muito. Temos dificuldade de ter um elenco com 30 jogadores. Não temos jogadores do mesmo nível, e não temos essa condição. A realidade é essa no Brasil. Claro que só o Flamengo tem, mas o restante, tem esse desnivelamento dentro do grupo. Tem que ter jogadores da base, para que consigamos ter um equilíbrio dentro do elenco. Ficou complexo encontrar este equilíbrio”, confessou Rafael, quanto à dificuldade de uma distribuição mais linear dentro do clube.

O investidor pontuou, ainda, sobre a necessidade em ter certa ‘maleabilidade’ quando se negocia atletas e se comprova estes pagamentos, num futuro. Rafael, novamente, cita números, exemplifica o que é conversado com outros clubes e relembra o caso de Paulinho. O Palmeiras, por mais que esteja em dia com os compromissos diante do Atlético, ainda precisa terminar de quitar os valores referentes ao ex-atacante do Galo

“Quando compramos um atleta, sempre é parcelado. Dois ou três anos realizamos estes pagamentos. Ainda restam por volta de 200 milhões de reais, essa é a dívida do Galo: compra de atletas, a que temos com o ProFUT e os valores onerosos. Aí sim chegamos naquele valor (de 2.4 bilhões de reais). Quando vemos um Paulinho do Palmeiras, que vai nos pagar durante os três anos. Estão em dia conosco, mas as parcelas foram desconsideradas. Neste mesmo relatório, não consideramos o que temos que receber”, prosseguiu.

Rafael respondeu perguntas por três horas na Arena MRV.

Menin reconheceu erros e prometeu melhorias em comunicação com torcedor e imprensa

Questionado, muitas vezes, sobre a distância que tem com os atleticanos, Rafael preferiu, inclusive, estender os perdões: falou sobre o quão vem sendo falha a interação com a Massa do Galo e a imprensa, que muitas das vezes, deveria, segundo o mesmo, modular mais certas colocações:

“Estamos falhando como clube e como imprensa, nós reconhecemos isso. Queremos melhorar, mas também temos a intenção de trazer vocês mais perto e informá-los melhor. Temos isso hoje como um compromisso, e isso vai melhorar”, seguiu Menin.

Por fim, Rafael indicou certa valentia para estar à frente do Atlético. Do mesmo modo, reclamou de como foi diferente o comportamento dos órgãos públicos em outros estados, como no Rio de Janeiro, por exemplo, em comparação ao que aconteceu em Belo Horizonte, com a verticalização da Arena MRV.

“Boa parte do aporte foi para reduzir a dívida, mas ainda assim continua elevada. Fazemos escolhas durante a vida, temos vários caminhos a seguir. A nossa escolha tem sido muito corajosa, mas colocamos de pé (a Arena MRV) sem nenhum apoio. Muito pelo contrário, em todos os outros estádios, houve um certo apoio, como o Flamengo terá, aqui não. Isso tornou o nosso projeto muito mais difícil”, finalizou o acionista.