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12 de dezembro de 2024

Derrota dentro e fora de campo: Galo pode perder até 10 mandos após confusão na Arena MRV

Nayra Halm /Folhapress

A procuradoria do STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva) vai denunciar o Galo pelos atos de violência no jogo de volta da final da Copa do Brasil, neste domingo (10). O alvinegro pode perder até 10 mandos de campo, além de ter que pagar uma multa de R$ 200 mil.

A denúncia será feita com base no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que traz punições, como uma multa de R$ 100 mil e perda de 10 mandos de campo para o clube que “deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir” as desordens no estádio. O artigo 211 também será citado na denúncia, com previsão de multa de mais R$ 100 mil e interdição do estádio para o clube que “deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infraestrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização”.

Frustração pós-derrota:

Durante e após jogo, que terminou com a derrota do Galo por 1×0 e o título do Flamengo, alguns torcedores arremessaram copos e outros objetos no gramado, apontaram um laser no rosto do goleiro adversário e lançaram bombas no gramado, que caíram próximas aos jogadores do Flamengo. O jogo ficou parado por 7 minutos após o gol de Gonzalo Plata por conta da confusão nas arquibancadas

Algumas das bombas foram lançadas próximas aos profissionais da imprensa que trabalhavam atrás do gol sul. O fotógrafo Nuremberg José Maria, de 67 anos, foi atingido por uma explosão e teve que passar por cirurgia no pé. Ele quebrou 3 dedos, rompeu tendões e teve um corte no pé. Por meio de nota, o Galo informou que se compromete a fornecer todo o suporte necessário para a recuperação do profissional.

Dhavid Normando/Folhapress

Também foi relatado pelos profissionais, tanto seguranças quanto jornalistas e fotógrafos que estavam próximos ao gramado casos de homofobia e ameaças vindas de pessoas nas arquibancadas.

Durante a comemoração do time visitante no gramado, alguns “torcedores” tentaram invadir o campo, sendo contidos por seguranças e policiais da tropa de choque da PM, além dos jogadores Hulk, Battaglia e Matheus Mendes, que foram em direção à confusão para pedir calma aos invasores.

O árbitro Raphael Claus registrou algumas das atitudes dos criminosos na súmula do jogo:

“Informo que durante a partida aos 12 minutos e aos 50 minutos foi colocado um laser no rosto do goleiro visitante, vindo da arquibancada onde estava localizada a torcida mandante. Foram arremessadas bombas no gramado explodindo próximo dos jogadores aos 9 minutos, 49 minutos, 50 minutos e 52 minutos, vindas da arquibancada onde estava localizada a torcida mandante.”

Fotos e vídeos serão utilizados como prova para a denúnica. Ainda não há previsão de quando a denúncia será concluída e quando o Galo será julgado.

A atitude surpreendente, que não representa a identidade de uma torcida que apoia incondicionalmente o Galo, é uma grande mancha na história recente do clube e, principalmente, na curta história da Arena MRV. A nova casa do Galo não pode ser um lugar de insegurança para quem vai empurrar o time rumo à vitória ou trabalhar levando as histórias do jogo para todos os fãs de futebol.