Treinador do Atlético no ano em que o alvinegro foi rebaixado à segunda divisão, Tite ganhou forças nos bastidores e foi confirmado como comandante do Cruzeiro em 2026. O treinador veio de um período de recesso em que cuidou de sua saúde mental, após sair de seu último trabalho, pelo Flamengo. Ainda como técnico da Seleção Brasileira, Adenor afirmou que possui uma ‘dívida eterna’ com o Atlético.
Durante esse período em que Tite estava de recesso, em abril desse ano, o treinador chegou a recusar uma proposta do Corinthians, time em que foi campeão mundial sobre o Chelsea. Agora, de volta as atividades, o técnico pode voltar ao futebol mineiro após 20 anos.
Tite teve passagem contestada no Galo
Após um ano complicado em 2004, a diretoria do Atlético apostou em Tite para a temporada de 2005. No entanto, o trabalho não rendeu como esperado e o técnico gaúcho venceu apenas quatros dos 21 jogos em que esteve à frente do clube alvinegro.
Sob seu comando foram 11 derrotas e outros seis empates, contabilizando um aproveitamento baixo de apenas 19%. Nas arquibancadas, o torcedor entoava o cântico “Adeus, Tite” e os resultados e desempenho ruins culminaram na demissão do treinador.
Ele foi substituído por Marco Aurélio e depois por Lori Sandri e nenhum deles foi capaz de evitar o rebaixamento do Atlético para jogar a Série B em 2006.
A tal ‘divida eterna’ com o Galo
Após a saída do Atlético, Tite colecionou bons trabalhos no comando de Inter e Corinthians, conquistando títulos. Esse currículo o levou à Seleção Brasileira em 2016. Adenor comandou a Amarelinha nas Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar. Nas duas oportunidades, o Brasil foi eliminado nas quartas de final por Bélgica e Croácia, respectivamente.
Em 2024, quando estava no Flamengo, Tite refletiu sobre esse sentimento. “Eu tenho uma dívida eterna (com Atlético), e vou carregá-la comigo para o resto da vida,” afirmou.
Quando ainda estava no comando da Seleção Brasileira e esteve em Belo Horizonte, o treinador falou sobre seu período no Atlético e sobre o ambiente no clube à época.
“Tenho sentimento muito grande (de estar em BH e no Mineirão), fiz grandes amigos na passagem pelo Atlético. Tenho pessoas com admiração especial. Fica um duplo sentimento de não ter feito meu melhor trabalho e insucesso no Atlético. Isso fica no sentimental, com senso de dívida, se pudesse colocar assim. Não de caráter ou conduta, mas de senso de resultado.”
“Eu estava insuficientemente maduro, insuficientemente estudado, habilitado para dirigir o Atlético naquele momento. Nesse contexto todo. Eu era pouco para grandeza do Atlético e não estava formado. Continuo me formando. Desafio diário nosso, até porque se eu soubesse dos erros, eu não cometeria,” concluiu.