Pedro Daniel, novo CEO do Atlético, foi um dos responsáveis diretos pela criação e implementação do Fair Play Financeiro no Brasil, que nada mais é um conjunto de regras visando a sustentabilidade financeira dos clubes. Em sua apresentação à imprensa, o executivo destacou que já está estudando maneiras do Galo cumprir com suas obrigações (pagamento de dívida) com o seu fluxo de caixa:
“É até curioso. Eu liderei a parte técnica do Fair Play. Depois veio esse convite do Galo. Eu brinquei com eles que queria ver se funcionava esse Fair Play. A grande verdade é que, desde o primeiro dia que cheguei aqui, com o Thiago (Maia), do Financeiro, e Paulo (Bracks), o executivo da estrutura do futebol. A gente faz todas as contas possíveis para entender, não só o âmbito financeiro do ano, porque a regra do Fair Play é pagamento em dívida, mas como encaixar um fluxo que, de fato, se adeque. Quando falo de fluxo, algumas vezes há o descasamento de entrada e saída de recursos. Nem sempre a receita é o mesmo valor todo mês. E estamos discutindo bastante como equalizar ou mitigar os riscos nesse sentido. Tivemos ano difícil no Galo, e teremos um ano desafiador.” começou a dizer.
Em relação a um novo aporte na SAF alvinegra, ele ressaltou que esta possibilidade até sendo estudada, mas que é algo que demora algum tempo e que não ocorrerá da noite para o dia:
“Em termos de estrutura de capital, de aporte, essa é uma nova pauta. Estamos discutindo todas as alternativas possíveis, sabendo que a gente mora em um país no qual a taxa de juros é de 15%. A dívida pega muito forte quando a gente pensa em despesa financeira, e ela tira dinheiro do futebol. […]A gente está trabalhando forte para ajustar essa parte no primeiro semestre, para que o futebol seja o menos afetado possível. Ainda mais que teremos uma regulação vinda de fora, não é mais apenas a gestão do Atlético. Há um órgão regulador que faz isso, e que, de fato, as penalidades são bem sensíveis. […] Mas, novamente, estrutura de capital a gente está avançando em algumas alternativas. E a operação demanda um pouco mais de tempo para equalizar, temos contratos. É diferente de outros setores.” concluiu.
Rafael Menin abre o jogo sobre novo aporte no Atlético
Quem também falou sobre a possibilidade de um novo aporte foi Rafael Menin, acionista majoritário da SAF atleticana, que destacou que novos investimentos no clube estão sendo estudados com o objetivo de equalizar o balanço alvinegro:
“Todos sabem que a gente ainda tem um balanço, uma situação financeira delicada, que foi melhorada após a SAF, e a gente vem trabalhando ao longo desse ano, incansavelmente, para fazer um novo movimento, e parte desse processo, a gente avançou com a cláusula de diluição da associação, porque esse era um empecilho para a gente fazer um novo movimento.”, disse Rafael.