Na manhã desta segunda-feira (17), o Atlético realizou a sétima edição do evento “Por Dentro do Galo”, cujo tema desta vez foi as categorias de base alvinegras. Em pouco mais de duas horas, o gerente-geral da base, Luiz Carlos de Azevedo, e os coordenadores Marcelo Vilhena, Pedro Menezes e André Velloso explicaram os processos e a reformulação pela qual o setor passou em 2025.
Contratado em março pelo Galo, Luiz relatou ter encontrado a categoria sub-20 em um estado muito ruim, o que exigiu uma verdadeira reformulação. Desde sua chegada, 22 atletas deixaram o sub-20 e outros 15 foram contratados, enquanto as vagas restantes foram preenchidas por jogadores do sub-17. Todos os jovens negociados deixaram um percentual de seu passe com o alvinegro.
A categoria sub-17, inclusive, é vista como a galinha dos ovos de ouro do clube, tendo sido campeã brasileira e mineira recentemente. Alguns atletas, como Vitão, Mosquito e Veneno, já chegaram a ser promovidos ao profissional, enquanto outros seguem em processo de transição.
Além disso, o gerente explicou ter promovido uma série de melhorias no CT. Elas foram divididas em três fases, que vão desde uma reforma visual nas estruturas, com frases motivacionais e outros elementos que ajudam na criação de identidade dos atletas, até reformas físicas em vestiários e campos e, por fim, aumentos no investimento nas estruturas de academia.
Outro ponto importante levantado por Azevedo é que um dos grandes objetivos do clube é auxiliar também na formação pessoal dos atletas. Por esse motivo, recentemente foi firmada uma parceria com uma rede de escolas particulares de Belo Horizonte. Ele destaca ainda que, nas categorias de base, ser campeão é um detalhe, mas formar atletas vitoriosos é essencial. Prova disso é que alguns jogadores do sub-17 deixaram de atuar no sub-20 para poder disputar — e vencer — o Brasileiro Sub-17.
Por fim, Luiz Carlos também revelou que o Atlético voltou a incluir o futsal como parte da formação de seus jovens. Ele entende que a modalidade ajuda na tomada de decisões em espaços reduzidos e já a implementou para os atletas da categoria sub-11, que agora têm treinos regulares na quadra. A partir de 2026, a categoria sub-12 também adotará a mesma metodologia.
Performance na base do Atlético
Pedro Menezes, coordenador de performance da base, revelou que o clube conta com um plano de desenvolvimento específico para cada jovem, o PDI (Programa de Desenvolvimento Individual). Esse programa tem como principal objetivo não tratar os jogadores como mini adultos, respeitando seu desenvolvimento ao periodizar as cargas dentro de uma rotina que visa à melhor formação.
Tudo isso é feito pensando na prevenção de lesões e, em alguns casos, na maximização do potencial dos atletas após o estirão. Menezes explicou que é comum que, após esse processo natural, alguns jovens percam mobilidade e flexibilidade, o que acaba atrapalhando não só seu desenvolvimento físico, mas também técnico.
Marcelo Vilhena, coordenador técnico e metodológico das categorias sub-20 a sub-14, detalhou os processos conduzidos em todas as comissões técnicas para garantir uma formação unificada. A ideia é fornecer os melhores caminhos para cada comissão, passando desde a elaboração de um caderno metodológico de 250 páginas até cerca de 3,5 horas de reuniões semanais voltadas ao planejamento detalhado.
Vilhena afirma que tudo é supervisionado na convivência diária, com o objetivo de melhorar a formação dos atletas. É feita uma análise minuciosa envolvendo o jogo anterior, os treinos, o plano de jogo, a preleção e até o pós-jogo.
Como funciona a captação da base do Atlético?
Quem também conversou com a imprensa foi André Velloso, coordenador de scout, que explicou como funciona a captação de talentos para a base atleticana. Hoje o clube tem um foco maior em jovens de Minas Gerais, por considerar a adaptação mais simples. Apesar disso, o Galo ampliou sua rede de scouts fora do estado e até mesmo em outros países. No sub-20 alvinegro, por exemplo, há atletas que foram buscados no Paraguai, na África e em Portugal.
Visando melhorar sua captação em Minas, o Atlético criou o programa CAMpo dos Sonhos, que busca aproximar o clube de crianças que geralmente não teriam acesso a escolinhas de futebol. Além de ampliar o contato com jovens que costumam não ser vistos, o programa tem como principal objetivo impactar positivamente o ambiente das 24 comunidades e das mais de 4 mil crianças atendidas. O ex-lateral Hernani é um dos embaixadores da iniciativa.
Além disso, também existe o Festival Galo Forte, que tem como objetivo trazer clubes para dentro do CT por meio de competições. Caso um jovem se destaque em algum desses programas e/ou chame a atenção de algum olheiro, sua contratação pelo alvinegro passa por uma análise de oito critérios:
- Perfil técnico e comportamental
- Pontos positivos e negativos
- Dados de observação
- Resumo da avaliação
- Histórico e projeção
- Indicadores de desempenho
- Análise de potencial
- Contexto competitivo