Philipe Van R. Lima, filho de Reinaldo, desabafou nas redes sociais após a onda de críticas a seu pai, que mesmo sendo ídolo do Galo, afirmou recentemente que adoraria ter jogado no Flamengo. Ele afirma que os comentários de parte da torcida são de uma tremenda covardia.
“Os ofendidos agora vão à forra pisando e enxovalhando a história do homem que não agiu conforme esperaram. Como atleticano, acho uma tremenda covardia esses ataques sem filtro a um ídolo como Reinaldo. Tudo bem, não tenho o poder de dizer como cada um deve agir e nem a pretensão de dizer quem cada um deve considerar ídolo” começou a dizer.
Ele ainda destaca o comportamento de manada de alguns torcedores, algo como uma catarse coletiva sedenta por ódio, um fenômeno das redes sociais:
“Nos últimos dias tenho visto uma catarse popular com ares de revolução francesa, onde uma turba enraivecida pede a cabeça do rei traidor e o carrasco, depois de cortá-la, a exibe para ser cuspida e violada pelo tribunal das redes sociais.” prosseguiu.
Por fim, Philipe ainda ressalta que desde desde muito novo seu pai já sabia que não seria longevo no futebol e que por isso, teria considerado jogar em outros clubes a fim de receber mais dinheiro em uma época onde atletas não tinham status de celebridade como hoje:
“Reinaldo aos vinte e poucos anos já sabia que não duraria muito no futebol. Seu corpo já tinha passado por diversas cirurgias, a convivência com as dores era diária e o tempo de repouso para recuperação era cada vez maior. Desse jeito teve que viver boa parte de sua carreira, muitas vezes jogando mais com sua inteligência do que com o corpo massacrado. Ao longo dos anos, recebeu propostas vantajosas para ele e para o Atlético onde receberia valores que poderiam dar mais tranquilidade para ele e sua família, afinal, ao contrário do que alguns pensam, amor não paga os boletos, não paga a escola dos seus filhos e nem põe comida na mesa .” concluiu.
Pronunciamento de filho de Reinaldo
“Nos últimos dias tenho visto uma catarse popular com ares de revolução francesa, onde uma turba enraivecida pede a cabeça do rei traidor e o carrasco, depois de cortá-la, a exibe para ser cuspida e violada pelo tribunal das redes sociais.
Os ofendidos agora vão à forra pisando e enxovalhando a história do homem que não agiu conforme esperaram. Como atleticano, acho uma tremenda covardia esses ataques sem filtro a um ídolo como Reinaldo. Tudo bem, não tenho o poder de dizer como cada um deve agir e nem a pretensão de dizer quem cada um deve considerar “ídolo”. Como filho me entristece profundamente o ódio e incompreensão que meu pai tem recebido, por isso aproveito para reafirmar que tenho MUITO orgulho dele. Um homem generoso e com um coração imenso, mas ,ainda assim, um SER HUMANO com erros e acertos, não apenas uma pessoa pública alvo de projeções infantis de alguns “torcedores” incapazes de lidar com um desconforto sem querer botar tudo abaixo.
Para quem se dispuser a entender, compartilho uma breve história.
Reinaldo aos vinte e poucos anos já sabia que não duraria muito no futebol. Seu corpo já tinha passado por diversas cirurgias, a convivência com as dores era diária e o tempo de repouso para recuperação era cada vez maior. Desse jeito teve que viver boa parte de sua carreira, muitas vezes jogando mais com sua inteligência do que com o corpo massacrado. Ao longo dos anos, recebeu propostas vantajosas para ele e para o Atlético onde receberia valores que poderiam dar mais tranquilidade para ele e sua família, afinal, ao contrário do que alguns pensam, amor não paga os boletos, não paga a escola dos seus filhos e nem põe comida na mesa . Mas não permitiram que ele fosse, pois como o presidente do clube disse na época: “Não posso vender Reinaldo, porque é ele quem traz bilheteria”. Sendo assim, era de se esperar uma compensação salarial, mas não veio. Talvez alguns pensem que bastaria a satisfação de jogar no clube que ama…Mas vejam só, poucos anos depois o seu contrato não é renovado. Afinal, não tem condições físicas mais. Agradecemos os serviços prestados! Sem esquecer que se aceitar propostas de times rivais para tentar continuar a exercer sua profissão e receber um salário, você será um traidor. Não é ídolo!
O jogo é esse nada a reclamar. A gente constrói vínculos e afetos, mas a relação é profissional.
Faz tempo que parei de postar opiniões nas redes sociais, não me adaptei a selvageria do massacre aos que têm opinião diferente. Mas saio agora em defesa do meu pai, que já sofreu demais na vida pra se preocupar se vocês o consideram ídolo ou não, menos ainda para os rankings e classificações de quais são os maiores. Ele não se preocupa e eu também não, eu sei, minha família sabe e todos aqueles que importam, sabem o tamanho dele e quem sabe seu tamanho não precisa de validação de ninguém.
Sei que certas coisas, não precisavam ser ditas e entendo o desconforto de muitos, mas também entendo o comentário descontraído, até impensado, de quem não quer ser catalisador de ódio por nada nem ninguém. No fundo eu desejava apenas que uma fala errada não pudesse definir alguém de forma tão cruel. Inocência a minha, até por que, me parece que o brasileiro não gosta de futebol, gosta apenas de vencer e tripudiar. Se algo não sai como esperam ficam nervosos, frustrados e até violentos.
Reinaldo ama o Galo, eu e meus irmãos amamos o Galo, mas, de minha parte, o amor por uma instituição, por uma coisa abstrata, só se justifica se isso for a materialização de nossos bons valores, de afeto, de luta, de celebração entre diferentes, de saber ganhar, saber perder, a valorização de uma história que vai se construindo ao longo de décadas, a memória afetiva por tantos preciosos momentos passados nessa vida de torcedor, um pai, uma mãe, um amigo querido. Fora disso, só resta um fanatismo vazio e disso aí eu tô fora.
Ao meu pai, o meu abraço amoroso. Como filho, tenho por você todo o respeito e admiração. Como atleticano, tenho muito orgulho de você ser parte do clube que eu amo.
PS: Aos “amigos” desleais que curtiram postagens de ataque e outros que ajudaram a engrossar o coro das ofensas, minha minha sincera pena por vocês…“